domingo, 13 de abril de 2008

"tão bom morrer de amor e continuar vivendo"


Satisfação

Então... a gente nem sabe direito o que é que nos falta... até que apareça e entre na nossa história. Pode ser por um dia, ou por um instante apenas. Um breve amor, por que não? Mesmo que seja uma pequena dose... sim! Um bocadinho de amor faz tanto milagre... ai! Alimenta a alma, faz bem pra pele, pros cabelos, pros músculos, pras vísceras. Pro humor então, desnecessário comentar.

O amor é de longe o melhor remédio para todas as mazelas, individuais e coletivas. Tão fácil, tão simples, tão ao alcance das mãos... dos olhos. Por que é que a gente complica tanto as coisas? Se "todo amor é sagrado"? Sim, qualquer amor e não de um alguém específico. O importante é a troca. É o reabastecimento. É dar e receber coisa tão preciosa e tão descomplicada quando se quer. Sem culpa, sem se importar com o que virá amanhã... se vier um amanhã. Importa? Não, realmente não. Hoje, depois de tentar entender o mecanismo pelos caminhos mais tortuosos possíveis, vejo isso com tanta clareza! Como é que não enxergava antes... aquilo que é tão óbvio, ali, bem na frente do meu nariz? Tão perto e tão banal que quase poderia debochar de mim. Amor não se pede... nunca! Amor se permuta. Só isso! E, tal qual acontece com o mecanismo da permuta, funciona enquanto houver interesse de ambos os lados. Pode ser por um momento, por uma noite, por algumas, por várias... com muita sorte, sintonia e igualdade de objetivos, por toda uma vida até... quem sabe?

Pode parecer áspero demais esse diagnóstico do amor, mas é como eu o descrevo nesta fase da vida, quando há quase mais sabedoria do que ilusão na balança... sem amargura, mas com a lucidez de derramar uma porção de mel apenas nos momentos certos, pra que haja sempre fartura no pote. Assim não dói... e, fala sério: sem essa de que a dor é boa, de que a dor ensina... sem dor é melhor, muito melhor. Será esse o verdadeiro conceito de satisfação? Suspeito que sim. Todo exagero é desperdício, é desnecessário... perda de tempo enfim. O segredo é ter o suficiente para ser feliz, se deliciar com o presente, curtir o momento... - Que momento? - já passou.

Lilian Guedes